monsenhor joaquim carreiraMonsenhor Joaquim Carreira

Monsenhor Joaquim Carreira nasceu a 8 de setembro de 1908 numa vila perto de Fátima. Carreira foi ordenado sacerdote em 1931, mas também se formou como piloto e ficou conhecido como “Padre Aviador”. Em 1940 mudou-se para a Itália e foi vice-reitor e reitor do Colégio Pontifício Português, em Roma. Quando a Itália foi ocupada pelos alemães em setembro de 1943, Carreira ofereceu refúgio a várias pessoas perseguidas pelos nazistas, incluindo três membros da família Cittone: Elio, seu pai, Roberto, e seu tio, Isacco. No diário muito detalhado de Carreira, escreve: “Dei abrigo e abrigo aos perseguidos com base em leis desumanas.” Embora o Padre Carreira tenha pendurado uma placa fora do edifício a dizer que se tratava de território de igreja, os alemães fizeram uma Busca. os fugitivos conseguiram se esconder e ninguém foi encontrado, mas a família Cittone ficou assustada e resolveu procurar outro esconderijo. Elio Cittone disse: “Sempre serei grato ao padre Aviador, que salvou minha vida”. No dia 4 de setembro de 2014, foi reconhecido como “Justo entre as Nações” pelo Yad Vashem - Autoridade Nacional para a Memória dos Mártires e Heróis do Holocausto, pela sua acção de protecção e salvamento de judeus da perseguição nazi durante a ocupação alemã de Roma.

A hospitalidade que, na base dos princípios da caridade cristã e a exemplo de todas as comunidades religiosas de Roma achei que devia oferecer a pessoas perseguidas, procuradas ou em perigo, levou o Colégio a um maior contacto com as misérias, as dores e as tragédias consequências da guerra. Com a ajuda de Deus, pude, a um certo número de pessoas oferecer abrigo e assistência, e manter um tal compromisso até ao fim, com toda a importância e dignidade para o bom nome do Colégio e do nosso País.” Relatório do ano lectivo 1943-44 do Colégio Pontifício Português

(em António Marujo, A lista do Padre Carreira)

 

José Brito Mendes

Joseph e Marie-Louise Brito-Mendes viviam em Saint-Ouen, França. José era português e tinha chegado a Paris nos anos 1920. Trabalhava na construção civil e era casado com Marie-Louise, francesa. A biografia deles no Yad Vashem diz que eram vizinhos e amigos da família Berkovic, polacos fugidos do antissemitismo. A filha Cécile cresceu com Jacques, o filho do casal luso-francês. O pai da menina foi preso e morto em 1941, e a mãe confiou-a ao casal Brito-Mendes, que a criou como filha. A mãe foi também presa e morta. Em 1943, a casa da família luso-francesa foi revistada pela polícia em busca de judeus escondidos. Cécile não estava em casa, mas o casal acabou por enviar as duas crianças para uma aldeia. Depois da guerra, José e Marie-Claire quiseram adotar a menina, mas um tio, regressado dos campos de concentração, ganhou a luta em tribunal e ficou com ela. Joseph e Marie-Louise Brito-Mendes foram reconhecidos Justos entre as Nações em janeiro de 2004.

 

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